segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A IDADE MÉDIA - Feudalismo: Baixa Idade Média



Começam as mudanças

A partir do final do século X, a Europa passou por um período de paz e segurança. Além disso, estavam ocorrendo alguns avanços na economia e na sociedade feudal. A população crescia, ao mesmo tempo em que a economia se dinamizava. A técnica empregada na gricultura também passava por profundoas transformações. Algumas inovações técnicas desse período foram: o arado de ferro ( charrua ) para lavrar,os arreios firmes para tração equina,o moinho de agua ( usado para moer cereais e azeitonas) para a força mecânica, o adubo calcário para a melhoria do solo e o sistema de três campos para a rotação de semeaduras,ou seja, a alternância de tipos de culturas em faixas de terra diferentes. Essas inovações proporcionaram a produção de excedentes destinados à troca. O comércio ganhou significatico impulso com o aumento da produção agrícola, o desenvolvimento do artesanato urbano e o maior contato com os povos orientais.



Além do comércio local, desenvolveram-se também grandes rotas de comércio internacional, destacando-se:
1. Rota comercial do norte - realizada através do mar do Norte, passava por cidades como Dantzig Hamburgo, Bremen, Bruges, Londres e Bordéus. O comércio dessa rota era comandado pela Liga Hanséatica, associação de comerciantes alemães.

2. Rota comercial do sul - realizada principalmente através do mar \Mediterrâneo, tendo como portos, Barcelona, Marselha, Gênova,Veneza e Constantinopla. Ai ocorria a comercialização de importações das especiarias ( cravo, canela, noz-moscada, pimenta) e artigos de luxo ( perfumes, tecidos de seda, porcelana, marfim ) do Oriente.

Interligando essas rotas, havia uma extensa rede de vias terrestres. Aos poucos, nos principis cruzamentos dessas vias, foram sendo organizadas grandes feiras comerciais. Entre elas destacavam-se as feiras das regiões de Champagne ( França ) e Flandres ( França e Bélgica), das cidades de Veneza e Gênova ( Itália ) e Colônia e Frankfurt ( Alemanha ).


O renascimento comercial e urbano

A população que crescia encontrou alimentos graças ao aumento da produção agrícola. As cidades, antes pequenas e acanhadas, cresciam com o excedente populacional. Essa população, que em parte se dedicava ao artesanato, necessitava cada vez mais de matéria-prima para suas atividades. Isso exigia que o campo aumentasse sua produção para vender para as cidades. Essa troca entre cidade e campo gerou uma especialização de produção. O campo produzia matéria-prima e alimnetos que eram vendidos para as cidades. Por isso os camponeses tinham todo o seu tempo ocupado nas atividades agrícolas e pastoris. Dessa forma compravam produtos manufaturados nas cidades, como calçados, tecidos e ferramentas, que antes eram confeccionados por eles mesmos. Isso criou uma dependência do campo em relação às cidades e ao comércio.

O aumento da produção artesanal, levou os artesãos a se organizarem em corporações do ofício, também conhecidas como guidas ou grêmios. As corporações tinham como objetivo defender os interesses dos artesãos, regulamentar o exercício da profissão e controlar o fornecimento do produto. Além disso, elas dirigiam o ensino artesanal, que se dividia em três estágios. aprendiz, oficial ( jornaleiro )e mestre. Somente o mestre podia estabelecer-se por contra própria, montando sua oficina de trabalho, pois tinha as ferramentas e a matéria-prima.

O crescimento urbano, o artesanato e a expansão comercial


De início, as feiras eram realizadas dentro de castelos fortificados ou dos burgos. Isso propiciava aos senhores feudais uma fonte de renda adicional, pois os comerciantes lhes pagavam taxas para comerciar em seu território.

As cidades medievais eram cercadas por altas muralhas protetoras que ajudavam a defendê-las durante as guerras. Tinham de 5 a 10.000 habitantes, e não possuiam infra-estrutura nem havia qualquer planejamento urbano.

Essas cidades nasceram dentro das terras da nobreza ou do clero. Com o passar do tempo, foram adquirindo, por força das armas ou do dinheiro, direitos que lhes garantiam autonomia administrativa e judiciária. O documento que lhes assegurava essa autonomia era chamado de carta de franquia. Essas cidades eram governadas pelo patriciado urbano, isto é, as camdas mais altas de mercadores e artesãos.


Com o tempo surge tensões entre os grandes mercadores e os pequenos artesãos: em alguns lugares formam-se municipios governados só por artesãos, como Florença, Estrasburgo; ou então por mercadores, como Veneza, Viena e Nuremberg.


Na região norte da Europa - em especial na Flandes - e no norte da Itália surgiu o maior número de cidades com atividades manufatureiras. As manufaturas abrangiam diversos setores: artigo de madeira, osso, couro e tecidos de lã.

Os lucros, nesse período, não vinham da produção artesanal, mas da circulação de mercadorias, isto é, os mercadores compravam os produtos por um preço baixo e os revendiam por um preço mais alto.


Fé em Deus e pé na estrada: As cruzadas e a expansão




O contexto religioso e a política da igreja

A hierarquia, que havia marcado as relações sociais durante o feudalismo, estendia-se também para as relações religiosas, ou seja, na relação entre Deus e os homens havia uma hierarquia: o homem havia recebido o direito de habitar a terra como se o planeta fosse um grande feudo; em troca tinha de jurar fidelidade a Deus prestando-lhe fidelidade e prestar-lhe serviço militar. Era como funcionava a relação entre um suserano e um vassalo .

Dessa forma se criou o argumento religioso-feudal que se organizou um grande exército de "vassalos" cristãos que deveriam lutar pelo seu "suserano", que era Deus. Eis as origens da idéia de guerra santa levada a cabo pelas cruzadas.

Era a luta contra os inimigos de Deus, fossem muçulmanos, heréticos, pagãos ou cristãos ortodoxos. O guerreiro era recompensados com a indulgência ( perdão dos pecados ),bem como sua esposa, caso lhe permanecesse fiel. Durante a guerra, os bens do cruzados eram administrados pela igreja e suas dívidas eram suspensas temporariamente.


A tomada da Palestina pelos turcos sejúlcidas impediu as peregrinações religiosas aos lugares santos de Jerusalém, costume da religiosidade medieval. Organizaram-se, então, expediçoes militares para resgatar a Terra Santa das mãos dos infiéis. Essas expedições receberam o nome de Cruzadas e seus integrantes usavam uma cruz como símbolo. Eram os guerreiros-vassalos do Cristo-suserano.

Internamente a igreja católica passava por crises. Havia sofrido forte golpe em 1054, no Cisma do Oriente, quando o alto clero de Constantinopla rejeitou a supremacia papal de Roma, dando origem a Igreja Ortodoxa. Era a oportunidade do papa de Roma recuperar o prestigio e a unidade da igreja, ajudando os bizantinos ( "irmãos do Oriente") contra o avanço muçulmanos em seu território.

O contexto social da época


As cidades comerciantes, como, Gênova e Veneza, que detinham a hegemonia do comércio entre Oriente e Ocidente, viram nas Cruzadas uma oportunidade de ampliar sua àrea de influência no Mediterrâneo. A própria expedição militar era um bom negócio, já que os italianos forneciam empréstimos, mantimentos,equipamentos e navios aos cruzados. Assim, as Cruzadas promoveram, também, a reabertura do comércio no Mediterrâneo, dominado pelos muçulmanos, possibilitando o renascimento do comércio nesse mar  - o que contribuiria decisivamente para a crise do feudalismo na Europa.

Os camponeses, por sua vez, ingressaram no movimento cruzadista sonhando com a conquista da liberdade. Os nobres almejavam, através das cruzadas obter terras e pilhar riquezas.

As Cruzadas para o Oriente

Foram oito as Cruzadas oficiais, que se estenderam de 1096 a 1270.

A primeira Cruzada ( 1096 - 1099 ) - Cruzada dos Nobres. Comandada principalmente por Godofredo de Bulhão, Raimundo de Toulouse e Boemundo, foi a única Cruzada que obteve efetivo sucesso, reconquistando Jerusalém em 1099, organizando a região de forma feudal. Possibilitou,ainda, a criação de ordens monásticas como as dos Templários e Hospitalários.


A segunda Cruzada, foi um fracasso. Ela foi motivada pela conquista de Edessa por parte dos muçulmanos. Jerusalém é reconquistada pelos islâmicos em 1187.

A terceira Cruzada (1189-1192), conhecida como Cruzada dos Reis, contou com a participação de Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra, Filipe Augusto, da França, e Frederico Barba Ruiva da Germânia.Sua convocação ocorreu quando da retomada de Jerusalém pelo sultão Saladino, em 1187. Frederico morreu a caminho e Filipe Augusto retornou à França; Ricardo combateu sem sucesso e finalizou a Cruzada estabelecendo um acordo com Saladino, que permitia a peregrinação cristã a Jerusalém.

A Quarta Cruzada ( 1202-1204) - Cruzada Comercial.Desviou-se de seus propósitos originais: em vez de dirigir-se à Palestina, rumou para Constantinopla, que ficou sob o dominio dos comerciantes de Veneza (os quais financiaram a Cruzada). A antiga capital dos cristãos ortodoxos transforma-se em entreposto comercial entre o Oriente e o Ocidente. Assim é reativado o comércio europeu de especiarias com aquela região.

As Cruzadas seguintes foi só fracassos. Os cristãos adotaram a estratégia de atacar o Egito para depois tomar Jerusalém. Mas os europeus são vencidos pelo poderio militar dos muçulmanos.

Cruzada dos Mendigos (1096). Movimento extra-oficial. Comandada por Pedro, o Eremita. Foi um movimento popular que bem caracteriza o misticismo da época. Foi massacrada pelos turcos.

Cruzada das Crianças (1212). Outro movimento extra-oficial, baseado na crença de que apenas as almas puras poderiam libertar Jerusalém. As crianças acabaram vendidas como escravas no Norte da África.

Cruzadas no Ocidente
As Cruzadas realizadas na Europa tomaram três direções: a Reconquista, na peninsula Ibérica; a expansão cristã nas terras eslavas; e a Cruzada albigense no sul da França.No século VIII a península Ibérica caiu sob o dominio muçulmano. Ali situava-se a cidade de Santiago de Compostela, importante centro de peregrinação. No século XI a igreja passa a conceder indulgências àqueles que participavam da Reconquista. A igreja chegou ao ponto de proibir aos ibéricos de ir à Terra Santa.

As terra conhecidas como "leste europeu" (leste do rio Elba) eram habitadas pelos povos eslavos (pagãos). Como a igreja estava interessada em firmar-se perante o Sacro Império Romano-Germânico, apoiou a expansão alemã para o leste. A partir de 1230 formou-se uma Cruzada permanente contra os povos do leste (atual Rússia), subjulgando a região báltica. As pilhagens e as guerras reforçaram a autoridade dos príncipes locais (nobres) fragmentando o poder alemão, que resultou na criação de um verdadeiro Estado na região da Prússia, controlado pela Ordem dos cavaleiros Teutônicos( alemães).
As Cruzadas também se destinaram a combater os hereges, isto é, aqueles que não seguiam os dogmas e as práticas estabelecidas pela igreja. Dai uma grande Cruzada contra os cátaros, do sul da França, cujo principal centro era a cidade de Albi. Cátaro significa "puro". Eles contestavam o uso de armas, o matrimônio, odireito de propriedade e, principalmente, a autoridade da igreja romana. Por isso os poderosos da igreja, da monarquia francesa (interessados em fortalecer seu poder) e os nobres do norte da França ( interessados nos bens dos heréticos) organizam um tribunal da igreja onde ralizam o extermínio dos albigenses.Portanto as Cruzadas orientais, se no sentido religioso não alcançou seu objetivo, ou seja, os turcos recuperaram quase todos os territórios conquistados pelos cristãos. Entretanto,no sentido econômico não poderia ter sido melhor para os mercadores, uma vez que os cruzados, combatendo os muçulmanos, acabaram com o controle exercido por eles sobre a navegação no Mediterrâneo Oriental. Com isso, o comércio, que já vinha se desenvolvendo no interior da Europa e sobretudo nas cidades italianas, recebeu um novo impulso. Abriu-se o mundo Oriental com toda a sua riqueza cultural e material para a Europa que está "louca" para sair do atraso e abrir as portas para o progresso e desenvolvimento.Personagens: Templários: os cavalheiros de Cristo
A Ordem dos Pobres Cavalheiros de Cristo, também conhecidos como Ordem do Templo, ou Templários começou como um elevado modelo de fé e entrega cristã e terminou perseguida pela Inquisição como uma seita de hereges.

Hospitalários: Surgidos em 1099 em Jerusalém, para acolher e cuidar dos peregrinos doente, passaram em 1120 a também ser uma ordem militar-religiosa. Após a perda da Terra Santa se transferiram para a ilha de Malta, donde foram expulsos pelos britânicos em 1800. Existem até hoje como uma organização internacional de caridade.

As crises do século XIV e a decadência do feudalismo

Anos de fome e peste

Todo esse florescimento ocorrido na Europa entre os séculos XI e XIII, contudo, sofreu sério abalo a partir do século XIV. Por essa época, uma conjunção de fatores levou os europeus a enfrentar uma profunda crise econômica e social que transformou o continente em palco de inúmeras revoltas e lugar de desolação, medo, fome e morte.
Um desses fatores foi a instabilidade econômica decorrente da conquista de territórios do Império Bizantino pelos turcos-otomanos a partir do século XIV. Os bizantinos eram parceiros comerciais da Europa Ocidental e seu declínio fez com que a economia européia se retraísse.

Além disso, nesse período a sociedade européia foi assolada por secas prolongadas que prejudicaram a agricultura e dixaram parte da população sem alimentos. Em 1315 e 1316 a fome foi tão grande que, segundo alguns relatos, muitos recorreram ao canibalismo.
Ditado da época: "Depois da fome, a peste come."

Para piorar, em meados do século XIV a Europa viveu uma das maiors catástrofes da sua história:a Peste Negra. A doença, conhecida como peste bubônica, chegou em 1347 por meio de um navio genovês vindo do Oriente e espalhou-se rapidamente pelo continente.

A enfermidade era transmitida pela bulga de ratos contaminados e pelo contato com pessoas infectadas. As péssimas condições de vida e de higiene de boa parte da população fcacilitaram a proliferação da doença, que é letal. Calcula-se que tenha morrido de Peste Negra cerca de 25 milhões de pessoas, ou seja, quase um terço de toda a população européia, entre 1347 e1350.

As transformações sociais
Toda essa situação acelerou o processo de desagregação do feudalismo, pois tornou escassa a mão-de-obra e dizímou parte da nobreza, concentrando o poder e a propriedade da terra. A reação da nobreza e do patriciado urbano contra as reivindicaçoes dos trabalhadores se torna cada vez mais violenta.

As obrigações servis em produtos e trabalho foram gradativamente substituídas por pagamentos de uma quantia fixa em dinheiro, o que garantia uma estabilidade dos rendimentos para a nobreza e estimulava o camponês a aumentar a produção. Em alguns lugares os senhores passaram a exercer uma superexploração sobre o camponês levando-o a total exaustão.Esse fato levou a uma estagnação maior da produção. A crise do feudalismo só aumentava.

Diante da crise, camponeses e trabalhadores urbanos passaram a exigir maiores ganhos. A nobreza tentava limitar mais o rendimento dos trabalhadores. O resultado desse conflito foi uma onda de rebeliões camponesas que se estendeu às cidades.
Em fim, uma das pricipais transformações sociais decorrentes da crise do sistema feudal foi a consolidação de uma nova classe social: a burguesia ( habitantes do burgo-cidade). Essa classe nasceu dentro do próprio feudalismo e cresceu com sua expansão econômica. Dominava as atividades comerciais, artesanais e bancárias.Com o empobrecimento da nobreza, os burgueses passaram a comprar terras dos senhores feudais e a investir na produção agrícola. Essa classe foi muito importante na desagregação do feudalismo, pois começou a deslocar, lentamente, o eixo da economia para as atividades comerciais urbanas.

A Guerra dos Cem Anos ( 1337- 1453)

A Guerra dos Cem Anos teve como principais personagens as duas maiores potências do século XIV: a Inglaterra e a França. Por séculos, seus reis disputaram a posse dos territórios situados no norte da Europa. Durante a chamada Baixa Idade Média, franceses e ingleses mantiveram entre si um extenso relacionamento de cooperação e confronto, marcado pelos interesses políticos.

A morte do último rei da dinastia capetíngia, Carlos IV, originou uma acirrada disputa pela sucessão do trono francês. Eduardo III, rei da Inglaterra, reivindicava direitos ao trono da França, por ser neto, por linhagem materna, de Filipe, o Belo. Tal reivindicação, no entanto, esbarrava na Lei Sálica, segundo a qual, na França, o poder real devia ser transmitido pela linhagem masculina. Sem outro representante real à disposição, a coroa francesa passou a ser usada por um sobrinho do rei Filipe, chamado Filipe de Valois (Filipe VI). Os ingleses discordaram da decisão, continuaram a reclamar os direitos de Eduardo III e mobilizaram seus exércitos na direção da França.
Nessa disputa, a região de Flandes tomou um partido que já denunciava os rumos do conflito. Essa região era ligada à Inglaterra por fortes laços econômicos e políticos: eram as lãs inglesas que alimentavam a indústria de tecidos flamenga, mas eram os ingleses, por outro lado, que compravam e comerciavam seus tecidos. Na questão sucessória francesa a nobreza flamenga colocou-se ao lado de Filipe de Valois, enquanto a burguesia apoiava o rei da Inglaterra.
A coroação de Filipe VI provocou um conflito armado na região. Para auxiliar os burgueses flamengos, Eduardo III enviou tropas e conseguiu dominar Flandres. Tal atitude levou a França a declarar guerra à Inglaterra, em 1337, dando início à Guerra dos Cem Anos.
A superioridade militar dos ingleses, com seus exércitos de arqueiros usando arcos longos e seus conbatentes armados de cutelo, foi inegável nas primeiras batalhas. As vitórias inglesas tornaram difíceis as condições de vida dos camponeses da França. A destruição das plantações e os altos impostos cobrados para sustentar a guerra geraram um enorme descontentamento popular, causando violentas revoltas de camponeses contra a nobreza, denominadas Jacquerie, em alusão a Jacques Bronhomme, expressão que os nobres franceses usavam para designar o homem do campo e que poderia ser traduzida como "João-ninguém".
Foi após a morte de Carlos V que a França encontra-se dividida em dois partidos, que disputam entre si o poder: os Armagnacs e os Borguinhôes.
Após longos anos de luta, quando finalmente foram derrotados pelos armagnacs, os borguinhões aliaram-se aos ingleses, permitindo à Inglaterra voltar à ofensiva. Saindo-se novamente vitoriosa, em 1420, a Inglaterra impôs à França o Tratado de Troyes, segundo oqual o rei inglês Henrique V assumiria o trono francês. Assim, em 1422, a França encontrava-se dividida em dois reinos: no norte, governada pelos ingleses, e no sul reinava o francês Carlos VII, com o apoio dos armagnacs.
Embora humilhado por tantas derrotas e privações, o povo francês empreendeu a luta pela libertação de seu país animado por um profundo sentimento nacionalista, que Joana D'Arc conseguiu despertar no povo um profundo sentimento nacionalista, levando-os a libertar França do dominio inglês.
Em fim, a Guerra dos Cem Anos teve,um grande significado para a nação francesa, pois enquanto debilitava as estruturas medievais, provocando a ruína política e econômica dos senhores feudais, permitia a consolidação de um novo Estados nacional, com o auxílio da burguesia.
Personagem :

Joana D'Arc - A jovem que se fez passar por soldado e ajudou a França a vencer a guerra.

Filha de humildes camponeses, tornou-se o maior mito desse período.Com 18 anos dizia-se enviada por Deus para expulsar os ingleses da França, e seu patriotismo e fervor religioso contagiaram os franceses.Integrando-se no exército real,liderou diversos combates que resultaram em vitória para os franceses. Libertando boa parte da França central, levou Carlos VII a Reims, no norte do país, onde o rei foi coroado segundo as antigas tradições.

Em 1430, aprisionada pelos borguinhões, Joana D'Arc foi entregue aos ingleses e julgada por um tribunal eclesiástico. Acusada de heresia e condenada à morte, foi queimada em praça pública, na cidade de Rouen, em 1431. Heroína da Guerra e mártir da Inquisição, a jovem foi canonizada tanto pela igreja quanto pelo nacionalismo francês nos séculos posteriores à sua morte.


Cultura Medieval

A notável influência da igreja sobre o pensamento e a cultura medievais apoiou-se em sólidas bases materiais: ao longo dos séculos, a igreja se organizou politicamente, adquiriu inúmeros feudos e ganhou prestígio junto aos reis e à nobreza, além de comandar mentalidade religiosa popular. Assim, acultura medieval passou a refletir, de certa forma, o pensamento da igreja, fenômeno esse conhecido como teocentrismo cultural, isto é, que subordinava o mundo às leis de Deus. Noentanto, com a passagem de uma sociedade de economia quase exclusivamente agrária para outra, caracterizada pela crescente participação de atividades urbanas, promoveu mudanças também na vida cultural e intelectual da Europa.
Ainda que a influência da religião cristã fosse predominante durante a Baixa Idade Média, começou a se desenvolver uma cultura leiga, isto é, fundamentalmente preocupada com as coisas deste mundo. Essa nova cultura foi criada pela burguesia, principalmente por meio das Universidades que surgiram nas cidades medievais, assinalando o século XIV o início do Humanismo. O Humanismo vinha a ser um retorno a antiguidade clássica, a volta da valorização do homem. O repensar da humanidade. O homem passa a pensar a sua própria situação. Esta idéia também parte do descontntamento do baixo clero, que começa a questionar os seus ensinamentos.
O homem passa a reafirmar novas idéias sobre a política, economia, ciência, arte, religião etc. Entretanto, a igreja continuava a usar de métodos para impedir os novos estudos na tentativa de manter o domínio do saber na Europa.
Arquitetura

A arquitetura religiosa foi a mais expressiva das manifestações artísticas medievais. Dois grandes estilos definem a estética arquitetônica medieval: o românico e o gótico. O românico, mais antigo, teve seu apogeu entre fins do século XI e meados do século XII. Suas características marcantes são a monumentalidade da construção e a horizontalidade, com grossas paredes de pedra, maciços pilares e abóbadas, circulares. As igrejas românicas representavam "fortalezas de pedra", locais em que os homens experimentavam a proteção de Deus e a sua autoridade,e assumiam uma atitude introspectiva ( provocada pela pouca luz e pelo predomínio da horizontalidade ).
O gótico, ao contrário do românico, apresenta paredes finas, sustentadas por arcobotantes ( suporte externos ao edifício), janelas enormes e luminosos vitrais, arcos em forma de ogiva, torres esguias e pontiagudas. A construção gótica expressava uma concepção teológica - a da escolástica nascente: é uma arquitetura de luz, lucidez e lógica. Na igreja gótica, o homem sente-se partícipe da criação divina e assume uma atituede de busca de Dues através da transcendência ( verticalidade).



Filosofia e religião

Tomás de Aquino buscou elaborar uma doutrina que conciliasse a fé e a razão. Ele se opós à filosofia de Santo Agostinho. Enquanto Agostinho se baseava na doutrina de Platão ( o mundo "ideal" das idéias abstratas), Aquino voltava-se para os estudos de Aristóteles, para construir uma filosofia que tomava como ponto de partida a racionalidade das coisas do mundo cotidiano.

Aquino, em sua obra  Suma Teológica, defendeu a  predestinação do homem e admitia que em suas ações, este agia segundo o livre-arbítrio, ou seja, a liberdade para escolher entre a salvação ou a perdição. Outras idéias defendidas por Tomás de Aquino estão diretamente associadas com os "novos tempos" em que as práticas comerciais definiam uma nova ordem política e social. Ele defendia o "justo preço", pregando que um produto deveria ser vendido pelo valor da metéria - prima empregada, somado ao valor do trabalho exigido, reprovando, portanto, a "ambição de ganho" Considerava igualmente os emprétimo a juros, a chamada usura, prática comum entre mercadores financistas presentes em muitas cidades européias. 
Material da Professora Maria Helena de História.